Hipnose: conheça o poder da sugestão nos concursos

A hipnose é frequentemente tratada com ironia e sarcasmo em filmes de humor. Em ‘Os Saltimbancos Trapalhões’, Renato Aragão, ou melhor, Didi Mocó, arrancava risos dos telespectadores ao repetir para colegas de elenco: “eu vou popotizar você”. A cena, de tão clássica, está até disponível no youtube… Pois saiba que, zombarias à parte, a hipnose deve ser levada a sério. Ela uma técnica milenar que tem o objetivo de provocar um estado alterado da consciência, aumentando a capacidade de receber e aceitar sugestões. Este poder muitos já reconhecem. O que poucos sabem é que a hipnose pode resultar num transe com saldo positivo também para os concurseiros.

Ao causar impactos físicos e psíquicos, a sessão influencia diretamente nas percepções, sensações e emoções de quem está sendo hipnotizado. Além de seu uso em terapias, para resolver problemas de ordem emocional – como traumas, por exemplo – a técnica pode ser usada para auxiliar nos estudos. Quem garante este resultado é o Dr. Anderson Mendonça, psicólogo, pós-graduado em Hipnose e diretor da Sociedade de Hipnose Médica Brasileira, além de possuir a única clínica especializada no Rio de Janeiro.

A definição não é lá muito simples, mas também não é impossível de ser entendida. Considerando a definição de ‘poder de aprendizado’ como sendo ‘o tempo gasto para aprender’, a hipnose para promoção da ‘super aprendizagem’ é usada para fazer com que o indivíduo seja capaz de assimilar, entender ou compreender o máximo de informações no menor espaço de tempo. O interesse em utilizar esta técnica em favor da preparação para concursos, nos conta o doutor, surgiu a partir da observação dos seus efeitos benéficos em casos surgidos no consultório.

Ingrid Reis, bacharel em Direito e paciente de Anderson há 5 meses, está estudando para concursos para a área de tribunais. Ela afirma ter procurado tratamento para diminuir a ansiedade e, depois de contar sua história ao psicólogo, recebeu como indicação a hipnose, não só para resolver suas questões pessoais, como também para ajudar nos estudos para as provas que ainda terá que enfrentar. Para ela, a hipnose já apresenta resultados. “Estou bem menos ansiosa – o que ajuda muito, já que trabalho de dia e tenho pouco tempo para estudar. Além disso, estou conseguindo lembrar das informações com mais facilidade. Minha memória parece estar ativa e, com isso, sinto-me mais motivada”, diz Ingrid.

O importante no processo de hipnose, segundo o psicólogo, é o estabelecimento de um foco – da meta a ser atingida. Ela deverá permanecer na mente do paciente – neste caso, do candidato – por todo período de estudo. Ele deve saber, antes de tudo, com que finalidade está estudando. Além da questão da ansiedade. É importante controlar esse sentimento, e a hipnose, como descrito no caso de Ingrid, auxilia nesta área. “Quando se tem um objetivo na vida e tem-se a certeza de que se quer aquilo, isso aumenta o entusiasmo para conseguir alcançar a vitória. A hipnose ajuda a ordenar uma série de emoções, pensamentos e comportamentos que vão auxiliar na concretização do projeto”, garante o Dr. Anderson, que vai mais além.

“A hipnose poderia ser frequentemente utilizada na área pedagógica. Porém, infelizmente essa técnica ainda é pouco explorada. Ela seria de grande contribuição para as escolas regulares, já que motivaria e aumentaria a atenção dos alunos. Contudo, é preciso alertar que a sessão deve ser feita por profissionais sérios, pois ainda há pessoas que estudam essa prática, mas que não são da área médica. Elas, sim, realmente podem acabar fazendo alguma besteira”, alerta.

O diretor da Sociedade de Hipnose Médica Brasileira faz outra ressalva. Nem todos estão aptos a serem submetidos à prática. Pessoas com algum distúrbio psíquico ou psicológico, como déficit de atenção, devem tratar primeiro a questão inicial. Indivíduos com esquizofrenia ou tendências psicóticas – como ouvir vozes – não devem se submeter à técnica, que pode potencializar os sintomas indesejados. Feitas essas exceções, a hipnose não tem contra-indicações.

Há mesmo quem veja no ritual médico alguma sombra de magia ou bruxaria. Pura bobagem. “As pessoas têm medo e existem, ainda, muitos mitos antigos sobre a hipnose. Muitas pessoas pensam que vão dormir e não voltarão mais. Mas, na verdade, o indivíduo nem tem de onde voltar, pois ele não sai daqui”, brinca o doutor, que conclui tranquilizando os candidatos de concurso que, talvez pelo poder de sugestão desta matéria, pensem em um dia candidatar-se à hipnose. “O máximo que o paciente pode fazer de errado aqui é relaxar demais e dormir. Aí, eu terei que acordá-lo para refazer a sessão.”

Entenda como funciona a hipnose

O Dr. Andeson Mendonça explica aos leitores da FOLHA DIRIGIDA, de um modo simplificado, como funciona o processo de hipnose, que pode ser dividido em quatro fases. Na primeira etapa, o hipnólogo coloca o paciente em transe por meio de relaxamento e, prendendo a atenção do mesmo no ambiente em que ambos se encontram, faz com que ele esqueça de seus problemas e sua vida. Ou seja, fica do lado de fora da porta tudo aquilo que se passa para além dos limites do consultório.

Quando o paciente encontra-se emocionalmente isolado, isto é, com a atenção concentrada no ambiente, experimenta o chamado estado de transe. Então o hipnólogo utiliza imagens e sensações corporais para relaxá-lo mais ainda – está dado aí o passo 2. Com o indivíduo já relaxado, o hipnoterapeuta incute em sua mente as idéias previamente combinadas que, neste caso, tratam do foco nos estudos, por meio de sugestão direta. Esta é a fase 3, quando o médico fala diretamente o  que quer que o paciente faça, por meio de metáforas ou imagens.

Cumprido todo esse processo, vem a tacada final. O médico conversa com o paciente, ainda em transe, para que as sensações de motivação, foco, calma e confiança continuem após a saída do consultório. A sessão encerra-se aí, neste momento. O paciente que então deixa a consultório certamente é a mesma pessoa na aparência. Mas, no comportamento, quase sempre está bem diferente daquela que entrou.

O ideal, explica o Dr. Anderson, é que alunos e candidatos interessados em aumentar sua capacidade de aprendizado procurem fazer a hipnose desde o início de seus estudos. “Com isso, o paciente aumenta a sua concentração e a atenção em relação ao estudo como um todo, sem interrupções. A hipnose contribui para potencializar a perseverança, que é muito importante em qualquer temporada de provas de concurso. O candidato acaba entrando num ciclo virtuoso, com maior interesse no estudo, poder de concentração e capacidade de captar e armazenar informações”, conclui.

Por Carol Danelli

Fonte: Folha Dirigida

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About Merval

Sou Tecnólogo em Administração de Pequenas e Médias Empresas, ex-funcionário do Banco do Brasil e aprovado em diversos concursos públicos, entre os quais cito Caixa Econômica Federal (2 vezes), PRF, MTE, TRF, TJ-BA, Banco do Brasil, Embasa, Analista do Seguro Social (INSS), cargo que exerço atualmente. "Toda honra e toda a glória, atribuo ao meu pai celestial. Sem ele não há vitória"
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