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O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) abriu no dia 19 de dezembro as inscrições do concurso para 1.875 vagas, sendo 375 para perito médico previdenciário (nível superior) e 1,5 mil para técnico do seguro social (nível médio). As provas estão previstas para 12 de fevereiro próximo.
O concurso era um dos mais esperados por causa do grande número de vagas para o nível médio. O salário chega a R$ 4.496,89 para os técnicos e R$ 9.070,93 para os médicos. A última seleção para técnico foi em 2008, para 1,4 mil vagas, e teve 499.322 inscritos ou 356,66 candidatos por vaga.
Sylvia Nazareth Luz Castro, de 30 anos, foi aprovada no concurso para técnico do INSS em 2005, para trabalhar em Duque de Caxias, RJ. Ela diz que, no estudo, priorizou as matérias específicas, mas sem esquecer as demais. “O português é básico em qualquer concurso porque elimina muitos candidatos. Já o direito previdenciário é o mais importante para o INSS”, afirma. Para a técnica, estudar em casa foi um dos pontos principais da sua preparação. Na época, ela era estagiária de história em uma escola e reservava duas horas do dia para rever o conteúdo que aprendia em sala de aula. Ao todo, eram 7 horas de estudo.
A funcionária mirava outro concurso quando surgiu a seleção do INSS. Ela estudava desde 2004 para o Tribunal Regional Eleitoral (RJ). “Queria a carreira pública por causa da estabilidade mesmo. Comecei a estudar quando o edital [do INSS] foi divulgado. Fiz matrícula no cursinho e estudei por 2 meses na escola e em casa”, conta. “Isso ajuda a fixar a matéria. Sem rever o conteúdo, você acaba esquecendo.”
Se estudar requer tempo e paciência, a espera para assumir o cargo também pode desafiar o candidato aprovado. Sylvia conta que aguardou mais de 1 ano até assumir o cargo de técnica do INSS. Durante esse período, ela não ficou parada: fez as provas do TRE e da Agência Nacional de Petróleo (ANP), mas não passou.
Veja dicas para prova de nível médio
Em 2012, para técnico, serão aplicadas provas de conhecimentos gerais nas disciplinas de ética no serviço público, regime jurídico único, noções de direito constitucional, língua portuguesa, raciocínio lógico e noções de informática, além de prova de conhecimentos específicos, relacionados à legislação previdenciária. Serão 20 questões de conhecimentos gerais e 40 de conhecimentos específicos.
Candidatos que não conseguirem, no mínimo, cumulativamente, 30% de acertos na prova de conhecimentos gerais, 30% de acertos na prova de conhecimentos específicos e 40% de acertos no total de ambas as provas serão eliminados.
Especialistas ouvidos pelo G1 aprovam a estratégia de Sylvia de priorizar as disciplinas específicas. “No último concurso, a parte específica representou quase 50% do total de questões”, lembra Rodrigo Motta, professor do Centro de Estudos Guerra de Moraes (CEGM). Entre essas matérias, a principal é direito previdenciário.
Mas o português, que está em conhecimentos gerais, também merece atenção redobrada porque pode tirar pontos importantes e ser decisivo para a classificação. “Os candidatos não podem sonhar em não ‘fechar’ [acertar todas as questões] essas provas. Como o concurso é aguardado há muitos anos e tem uma boa remuneração, o número de inscritos será enorme. Isso significa que muitas pessoas terão pontuação superior a 90%”, afirma Leonardo Pereira, especialista do Instituto IOB.
Como estudar
Para Ítalo Romano, professor do LFG, o direito previdenciário é a matéria mais importante do concurso e os candidatos devem concentrar seus esforços na leitura da Constituição Federal (artigos 194 a 204) e do regulamento da Previdência (decreto 3048/99 do 1º ao 193º artigo). “É preciso ler as normas pedidas com muita atenção, palavra por palavra e de forma concentrada, já que as questões são extraídas do próprio texto da norma”, diz.
Na parte básica, o candidato deve ter muita atenção à lei que trata do Regime Jurídico Único (Lei 8.112/90), à ética no serviço público e a disciplinas que são cobradas na grande maioria dos concursos públicos, como língua portuguesa, informática e raciocínio lógico.
Uma dica válida para todas as matérias é fazer simulados utilizando provas anteriores para saber o que é cobrado com mais frequência e também para se acostumar ao tempo de prova. Pereira indica que os candidatos realizem as provas semanalmente nos horários em que elas seriam aplicadas. “As questões com alternativas refletem no tempo em que o candidato gasta para fazer a prova”, relata Pereira.
“A preparação deve ser equilibrada, com leitura de todos os pontos do conteúdo programático”, completa Motta. Quem faz cursinho preparatório pode fazer como Sylvia e revisar em casa as matérias estudadas na escola. Quem estuda sozinho pode fazer uma grade com duas ou três disciplinas por dia, recomenda Motta.
Estilo da organizadora
Nesse concurso, a organizadora escolhida foi a Fundação Carlos Chagas (FCC), que realiza provas de múltipla escolha, diferentemente do Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB), que fez a seleção de 2008 e aplica questões de certo e errado onde, ao assinalar uma alternativa erroneamente, o candidato anula uma resposta certa.
Por isso, dizem os especialistas, conhecer o estilo da prova e da banca pode ser determinante para a aprovação. “Sabendo o perfil, o candidato organiza melhor os estudos”, reitera Motta. O professor ressalta a importância de estudar provas anteriores do INSS e também questões de conhecimentos gerais de exames da Fundação Carlos Chagas. “Isso ajuda a complementar o estudo porque o candidato conhece o que a banca e o INSS pedem.”
Segundo ele, a FCC diversifica bastante os assuntos abordados nas questões, mas sem misturar as disciplinas. “As perguntas abordam todo o conteúdo programático, por isso é preciso rever tudo. A banca é muito direta e às vezes o enunciado tem apenas uma linha”, alerta. Ele indica que os candidatos estudem com muita atenção os tópicos de benefícios, regime geral de Previdência Social, parte introdutória de Seguridade e as leis 8.212/91 e 8.213/91 para a prova de conhecimentos específicos.
Em relação ao edital anterior, saíram as disciplinas de matemática, atualidades, administração e atendimento para o cargo de técnico. “Isso facilitou para o candidato, pois diminuiu a quantidade de conteúdo para estudo”, relata o coordenador geral do Siga Concursos, Carlos Alberto de Lucca.
Fonte: G1
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